sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Revoluçao Farroupilha

Aqui no sul, em todo o estado e especialmente em Porto Alegre, vivemos a Semana Farroupilha. Uma semana especial, onde os gaúchos cultivam as tradições.

A Revolução Farroupilha, ou Guerra dos Farrapos, foi a mais longa rebelião da história brasileira. Várias foram as causas que fizeram os farroupilhas atacarem Porto Alegre no dia 20 de setembro de 1835, dando início a Revolução Farroupilha. A guerra durou até 28 de fevereiro de 1845, quando houve a paz.

Agora comemoramos a paz. Através da convivência no Acampamento Farroupilha, onde podemos apreciar o churrasco, chimarrão, carreteiro de charque e tantas outras especialidades do povo gaúcho. O Acampamento hoje é uma cidade.

As cabanas que já foram de lona, agora são de madeira, com decoração característica, com peões que mantém tudo em ordem e funcionando.

Temos lojas de produtos daqui mesmo, botas, erva-mate, bombachas, vestidos. Um centro de gastronomia onde a carne é a principal atração. O acampamento é tão organizado que tem até uma Prefeitura e um posto do Banco do Estado.

Recebe a visita de milhares de pessoas, inclusive turistas estrangeiros.

A convivência com a vida campeira nos proporciona cenas inusitadas. Podemos encontrar amigos tipicamente urbanos, com toda a indumentária gaúcha, vivendo seus dias de férias acampados, quase no centro da cidade. As crianças da cidade apreciam assustadas, vacas, galinhas, ovelhas, e outros bichos, cujos semelhantes, tão meigos, assam espetados ali, mais adiante, em forma de churrasco.

Com suas roupas enfeitadas, os urbanos, literalmente pisam na bosta dos cavalos que circulam pelo acampamento. A mesma, que enfeita as ruas no dia do desfile. No dia 20 de setembro, acontece o desfile Farroupilha. É muito bonito. Os gaúchos colocam as melhores roupas, os carros alegóricos e carretas contam nossa história com todo o empenho.

Mas não consigo esquecer da bosta. Não é comum, não tem sempre nesta forma, pelo menos, aqui na capital. As ruas ficam tomadas, em toda a volta do Parque da Harmonia, onde está o Acampamento. Ela gruda nas rodas dos carros e vai junto para a garagem. Fica ali durante semanas, até o fim do mês permanece a lembrança da Revolução, cheirando de mancinho, no chão da garagem.

Diz o ditado aquele, estas coisas, quando mais meche, mais cheiram. Tem o outro que diz que pisar nelas, dá sorte. Não consigo entender o motivo.

Mas deixando o cocô de lado, de fora da garagem, não deixo de pensar na Revolução. Uma revolução, sem violência, mas totalmente radical que eu gostaria de ver na sociedade brasileira. Teríamos mais segurança, confiança. Os políticos seriam sérios, a educação seria gratuita e de qualidade. Todos teriam direito a assistência médica, sem pagar metade do seu salário e sem morrer em filas.

Assim, a vida seria outra, e o excremento que ilustra os jornais diariamente, estaria na rua, ou grudado em algum pneu

por aí.

Autora: Ana Mello


Nomes:Caroline Souza e Guilherme Domeraski





http://anamello.multiply.com/journal/item/158/158

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